A Ação da Vale em 2025: Uma Análise Sobre Desempenho e Oportunidades

A Vale é uma das maiores empresas mineradoras do mundo e um dos pilares da economia brasileira. Com operações em mais de 30 países, a empresa se destaca na produção de minério de ferro, níquel e outros minerais essenciais. Sua importância vai além da mineração, contribuindo significativamente para as exportações do Brasil e a geração de empregos.

Equipe LiveMoney

As ações da Vale (VALE3) encerraram 2024 com uma desvalorização significativa, acumulando perdas de cerca de 23%, o que representa o pior desempenho desde 2015. Em termos de valor de mercado, a mineradora registrou menos de US$ 40 bilhões, um patamar que não era visto desde 2016, exceto durante momentos pontuais da pandemia de Covid-19. A tendência negativa persistiu no início de 2025, com uma queda adicional de 5,5% nas primeiras sessões do ano.

Essa retração reflete, em grande parte, a queda no preço do minério de ferro, que diminuiu cerca de 15% em 2024. Fatores como a demanda enfraquecida da China, estoques elevados e margens apertadas das siderúrgicas contribuíram para esse cenário. Para 2025, espera-se que os contratos futuros do minério permaneçam pressionados, com estimativas apontando um preço médio de US$ 95 por tonelada, representando uma queda de 10% em relação ao encerramento do ano anterior.

Logotipo da Vale — Foto: Reprodução

Perspectivas de Investimento

Apesar do cenário desafiador, analistas apontam que as ações da Vale ainda podem ser uma oportunidade interessante. O Citi destaca que, mesmo diante da pressão no setor, a VALE3 oferece dividendos atrativos capazes de justificar o investimento. O banco classifica o valor de mercado atual da companhia como subestimado em relação à média histórica e manteve a recomendação de compra para os ADRs (recibos de ações negociados nos Estados Unidos), reduzindo, no entanto, o preço-alvo de US$ 15 para US$ 12, o que ainda representa um potencial de alta de 41%.

Além disso, o banco projeta um Ebitda de US$ 13,8 bilhões para a mineradora em 2025, com um dividend yield estimado em 9%. Essa perspectiva positiva está baseada na expectativa de equilíbrio entre oferta e demanda no mercado global de minério de ferro, mesmo com a previsão de uma produção de aço mais moderada na China.

Análise de Outros Bancos

O Bradesco BBI também reforça sua confiança na Vale, destacando a empresa como sua única recomendação de compra no setor de Mineração e Siderurgia. O banco aponta um valuation atrativo, com rendimento de fluxo de caixa livre (FCF) esperado em 15% para 2025, considerando o preço do minério em US$ 100 por tonelada. Por outro lado, rebaixou a classificação de empresas como Gerdau (GGBR4) e Usiminas (USIM5) para neutra.

O Itaú BBA, por sua vez, ajustou suas preferências no setor, colocando a Vale como sua principal escolha devido ao seu potencial de geração de caixa e dividend yield de 8%. O banco também destaca que o desempenho operacional da companhia deve melhorar com o aumento nos volumes de vendas e redução de custos.

Ceticismo Persistente

Embora existam perspectivas otimistas, uma parte do mercado permanece cautelosa em relação à Vale. Segundo um levantamento da LSEG/Reuters, das 17 instituições financeiras que acompanham as ações da mineradora, 9 recomendam compra, enquanto 8 mantêm uma posição neutra, com preço-alvo médio de R$ 81,26, o que representa um potencial de alta de 58%.

O BTG Pactual, por exemplo, adota uma postura mais conservadora, com preço-alvo de R$ 65 para VALE3. O banco destaca avanços recentes, como a renegociação dos contratos de concessão ferroviária, mas prefere aguardar maior clareza no cenário macroeconômico antes de ajustar suas recomendações.

Considerações Finais

A Vale enfrenta desafios significativos no curto prazo, principalmente devido à dependência da demanda chinesa. No entanto, seu potencial de geração de caixa e dividendos atrativos podem representar uma boa oportunidade para investidores com perfil mais resiliente. O ano de 2025 promete ser decisivo para a companhia, com a possível reversão do pessimismo e a consolidação de uma narrativa mais positiva para o mercado.

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