Trump não será preso nem multado após condenação por fraude no caso Stormy Daniels

Donald Trump, presidente eleito dos EUA, foi condenado por fraude contábil relacionada a pagamentos ocultos à ex-atriz pornô Stormy Daniels, destinados a silenciar alegações sobre um caso extraconjugal antes das eleições de 2016. Apesar da condenação, recebeu uma sentença de "dispensa incondicional," evitando prisão, multa ou liberdade condicional. Essa decisão inédita, tomada a poucos dias de sua posse, foi influenciada por sua recente reeleição, buscando não interferir em seu próximo mandato. Trump nega as acusações, alega perseguição política e promete recorrer. O caso gera debate sobre ética, imunidade presidencial e influência política no sistema judiciário dos EUA.

Equipe LiveMoney

Presidente eleito dos EUA, Donald Trump, participa virtualmente de audiência para sentença pelo caso criminal Stormy Daniels, em 10 de janeiro de 2025. — Foto: Jabin Botsford/Pool via Reuters

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, não enfrentará prisão nem multa por sua condenação relacionada a pagamentos feitos à ex-atriz pornô Stormy Daniels. Em decisão divulgada nesta sexta-feira (10), a poucos dias de sua posse para um segundo mandato, ele recebeu a sentença de “dispensa incondicional”.

A decisão judicial foi influenciada por sua recente vitória nas eleições, embora registre a condenação criminal em seu histórico. Essa marca faz de Trump o primeiro presidente norte-americano a assumir o cargo com uma sentença criminal em seu nome.

O juiz Juan Merchan, responsável pelo caso em Nova York, destacou que a escolha pela dispensa teve como base “circunstâncias excepcionais”, relacionadas à eleição presidencial. A medida busca evitar interferências no início do novo mandato de Trump, sem minimizar a gravidade das acusações.

Reações de Trump

Participando virtualmente da audiência, Trump reiterou sua intenção de recorrer da sentença, classificando o processo como “uma experiência terrível”. Após o encerramento da sessão, o presidente eleito desligou sua câmera abruptamente.

Nas redes sociais, Trump afirmou que a decisão reforça sua inocência, acusando os adversários políticos de mais uma tentativa de perseguição. “Os democratas radicais enfrentaram mais uma derrota em sua caça às bruxas patética. O povo americano já se manifestou ao me reeleger com um mandato esmagador. Vamos tornar a América grande novamente!”, publicou no Truth Social.

Detalhes da condenação

A sentença está ligada a 34 acusações de fraude contábil, nas quais Trump foi declarado culpado em maio de 2024. As acusações envolvem a ocultação de pagamentos feitos à atriz Stormy Daniels para evitar que revelações sobre um suposto caso entre eles prejudicassem a campanha presidencial de 2016.

Segundo a Promotoria, o ex-advogado de Trump, Michael Cohen, pagou a atriz com recursos próprios e foi reembolsado por meio de transações que foram registradas como despesas legais. Trump, que na época já ocupava a Casa Branca, assinou pessoalmente a maioria dos cheques.

Trump alega que os pagamentos foram feitos para proteger sua família de constrangimentos e não para influenciar os eleitores. Mesmo assim, o júri decidiu pela culpa do então candidato.

Contexto legal

A Suprema Corte já havia determinado que ex-presidentes possuem imunidade para atos cometidos durante o mandato, mas a defesa de Trump não conseguiu estender esse benefício ao caso, já que os eventos ocorreram antes de sua primeira posse.

O juiz Merchan negou pedidos de anulação da condenação, enfatizando que o julgamento respeitou as regras processuais.

O impacto político

Apesar da condenação, a decisão de evitar penas severas foi interpretada como uma tentativa de preservar a estabilidade política dos Estados Unidos. Resta saber como esse episódio afetará o segundo mandato de Trump e sua relação com opositores.

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